Doenças Ocupacionais

Doenças Ocupacionais Respiratórias

As Doenças  Ocupacionais Respiratórias são causadas por partículas químicas que são depositadas no parênquima pulmonar causando lesões pulmonares irreversíveis. Trabalhadores que lidam diariamente com material químico pesado, geralmente em indústrias, estão sujeitos a adquirirem  estas lesões pulmonares . O mesmo pode acontecer com profissionais que trabalham em ambientes com muita poeira ou fumaça, como construção civil, marcenaria e carvoaria.

Essas lesões desenvolvem doenças graves que, sem tratamento, podem acarretar prejuízos sérios à saúde do trabalhador, afetando não somente a sua profissão, como a qualidade de vida, podendo até mesmo levar à morte.

Separamos algumas das principais doenças respiratórias decorrentes da profissão. São elas:

  • Silicose
  • Asbestose
  • Asma Ocupacional

Confira o que caracteriza cada uma delas e quais são os trabalhadores sob o risco de desenvolverem essas doenças.


Silicose

Pode afetar todos os trabalhadores que lidam diretamente com manejo de areia e certos minérios, onde a sílica livre e a  sílica cristalina estão presentes. Estima-se que mais de 6 milhões de trabalhadores brasileiros correm o risco de desenvolver a doença. Entre eles:

  • Mineiros
  • Cortadores de arenito ou granito
  • Operários de fundição e oleiros
  • Trabalhadores da indústria da construção
  • Trabalhadores da indústria de sabão abrasivo
  • Trabalhadores da indústria de vidros e louças
  • Trabalhadores da indústria de metalurgia
  • Trabalhadores da indústria de borracha

A silicose uma doença pulmonar crônica irreversível que não tem cura. Ela é adquirida pela inalação da sílica, um componente presente na areia. A poeira da sílica se desprende quando ocorre o manejo de materiais como areia, concreto e alguns tipos de minérios e rochas. Esse manejo pode ser cortar, serrar ou polir qualquer um desses materiais.

A silicose é uma doença progressiva e piora com o tempo de exposição do trabalhador à sílica. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses ou até anos depois do exercício da profissão. São eles: diminuição da capacidade respiratória, dores no peito, tosse e fraqueza.

O diagnóstico deve ser feito por um pneumologista, por meio de anamnese e exames como raio-x do tórax, tomografia computadorizada, broncoscopia e espirometria. O tratamento consiste no afastamento do trabalhador do local de trabalho e medicamentos que diminuem os sintomas e impedem o avanço da doença, uma vez que a silicose não tem cura.


Asbestose

A asbestose é uma doença ocupacional crônica que atinge trabalhadores da indústria que trabalham diretamente com o amianto. Entre eles:

  • Trabalhadores de fabricação de caixas d’água e tubulações
  • Trabalhadores de fabricação de placas e telhas
  • Trabalhadores de fabricação de pastilhas de freio
  • Trabalhadores de fabricação de cimento
  • Trabalhadores de fabricação de pisos de vinil

O amianto contém um componente chamado asbesto. Este componente se desprende quando o amianto é cortado, serrado ou processado. A poeira que sai do amianto, quando inalada pelo trabalhador, causa a cicatrização de tecidos que revestem o interior dos pulmões. Uma vez cicatrizados, esses tecidos deixam de expandir e contrair, prejudicando a elasticidade dos pulmões e, consequentemente, a capacidade respiratória.

A doença geralmente se desenvolve a longo prazo, após vários anos de exposição do trabalhador ao amianto. O profissional começa a sentir falta de ar, tosse seca, dor no peito ao respirar e dificuldade para realizar esforço. Quando não tratada a tempo, a asbestose pode levar à hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca e até mesmo o desenvolvimento de tumor nos pulmões.

O diagnóstico deve ser feito por um pneumologista, que irá fazer uma série de perguntas sobre a rotina do trabalhador e o que ele sente. A espirometria, o raio-x do tórax e a tomografia computadorizada dos pulmões concluem o diagnóstico.

Não existe cura para a asbestose. O tratamento consiste em controlar e amenizar os sintomas, por meio de medicamentos e terapias respiratórias prescritas pelo pneumologista, além da suspensão do contato do paciente com o amianto.


Asma Ocupacional

A asma ocupacional é uma doença crônica das vias aéreas que pode ser desenvolvida por agentes presentes no ambiente de trabalho. Alguns trabalhadores estão mais suscetíveis, entre eles:

  • Trabalhadores de ambientes climatizados com ar-condicionado, como escritórios
  • Trabalhadores de ambientes empoeirados, como bibliotecas e estoque
  • Pintores e envernizadores
  • Soldadores
  • Trabalhadores de panificação, que lidam com farinha de trigo
  • Fresadores, marceneiros e carpinteiros, que lidam com poeira de madeira
  • Trabalhadores da indústria farmacêutica, que lidam com antibióticos
  • Trabalhadores rurais, que lidam com ácaros provenientes de grãos armazenados ou recém-colhidos

A asma ocupacional é uma doença inflamatória que provoca o estreitamento dos bronquíolos, ramificações dos brônquios, que compõem o sistema respiratório. Com o estreitamento desta estrutura, a passagem de ar para os pulmões é dificultada, o que acaba provocando contrações e espasmos e, consequentemente, a dificuldade de respiração.

Os sintomas variam entre falta de ar, peito apertado, tosse e respiração ruidosa. Alguns trabalhadores podem sentir, durante o expediente, espirros, coriza e olhos lacrimejantes. Estes sintomas também podem aparecer algumas horas após o expediente. Desconfie do ambiente de trabalho se os sintomas desaparecem ou diminuem no período de férias, fins de semana ou feriados prolongados.

O diagnóstico deve ser feito por um médico pneumologista. Ele irá fazer uma série de perguntas sobre a rotina do trabalhador: quantificar o número de horas de exposição, avaliar o início dos sintomas e relacionar os sinais e sintomas. O RX tórax e a espirometria também podem ser solicitados. Saiba mais sobre o tratamento clicando aqui.

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